1 de novembro de 2007

Coma Chocolate!!!














Conheça os benefícios do chocolate amargo!!!
Brasília, terça-feira, 23 de outubro de 2007
De preferência o amargo. Delicie-se com as recentes descobertas científicas que revelam: o alimento protege, sim, o coração, ajuda a prevenir o diabete tipo 2, reforça as defesas do corpo e, incrível, ainda pode auxiliar no controle do apetite.

Sua matéria-prima, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. No entanto, quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mundo, sobram evidências científicas de que o chocolate amargo, guloseima com um gosto peculiar justamente por ter maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de benefícios para a nossa saúde. Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse chocolate confirmam que ele protege o coração. Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial.

O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco. Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos — a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão — problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame — caiu de 86% para 68%. “A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração”, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.

O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. “Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural”, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão”, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.
Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. “Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes”, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. “Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura” , explica. “Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.”
Uma pesquisa japonesa publicada no periódico americano Nutrition investigou o papel da procianidina, outro componente do chocolate amargo, no controle do diabete tipo 2. Roedores obesos e com o mal consumiram uma beberagem de cacau rica na substância. Passado um tempo, os níveis de açúcar no sangue dos bichos caíram. Segundo os pesquisadores, isso pode ter ocorrido porque as tais procianidinas melhorariam a eficiência da insulina, o hormônio que bota a glicose dentro das células. “Esse tipo de suplementação preveniu o diabete em camundongos obesos”, afirma à SAÚDE! Hirohisa Takano, um dos autores do trabalho. Pesquisas com o chocolate amargo cheio de flavonóides mostraram que a ingestão de 100 gramas diários poderia garantir o mesmo benefício aos humanos, algo que ainda requer mais evidências. Portanto, se você é diabético, é cedo para sair se empanturrando.

Na Espanha, uma pesquisa realizada na Universidade de Barcelona também focou sua mira nos flavonóides do cacau, mas dessa vez com o objetivo de avaliar sua ação no sistema imune de ratos jovens, principalmente em células do batalhão das defesas, como os linfócitos e os macrófagos. Os animais receberam uma dieta enriquecida com o alimento durante três semanas. Depois os especialistas chegaram à conclusão de que houve um aumento na atividade de certas áreas envolvidas com a imunidade. Isso se verificou com maior intensidade no timo, órgão situado no tórax e responsável pela maturação dos linfócitos T, nossos guardiões contra vírus e bactérias. “Descobrimos também que o cacau protege os neurônios dos efeitos dos radicais livres”, conta à SAÚDE! Emma Ramiro, líder do estudo. Mas e o chocolate com isso? “Ele é feito com massa de cacau, onde se encontram os flavonóides do fruto”, explica a pesquisadora. E repete o que todos os estudos já apontam:
“Dentre todos os tipos, o chocolate amargo é o que mais contém esse tipo de composto. Assim, ele é o único que pode ter um bom impacto na saúde.”

Além de não deixar o organismo fraco e vulnerável, o alimento mantém o humor da gente em alta. Ele possui duas substâncias cujos nomes são uns verdadeiros palavrões: N-oleoletanolamina e N-linoleoiletanolamina. A dupla estabiliza as anandamidas, uma espécie de maconha produzida pelo nosso próprio cérebro. “Isso faz com que a sensação de bem-estar proporcionada por elas dure mais tempo”, explica Vanderlí Marchiori. Sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos que são precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural. Quer motivo melhor para curtir esse sabor amargo? Bom apetite!

Países Chocólatras

Chocolate ajuda a emagrecer?

Pelo menos é o que se pode deduzir de um enigmático estudo escandinavo. Há algo de misterioso no reino da Dinamarca, mais especificamente no Departamento de Nutrição Humana da Universidade Real de Copenhague. Seu chefe, o médico Arne Vernon Astrup, conduziu um estudo em que avaliou uma propriedade pouco conhecida do chocolate amargo, a de promover a saciedade. Ou seja, aplacar a fome. Astrup participou do XII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, realizado em agosto na capital paulista. Em sua exposição o especialista em obesidade deixou escapar alguns dados sobre sua pesquisa — e SAÚDE! estava lá, de ouvidos bem atentos. O dinamarquês dividiu voluntários em dois grupos. Um deles ingeria logo pela manhã uma pequena barra de chocolate amargo e o outro, a versão ao leite. “Quem comeu o tipo amargo consumiu menos calorias ao longo dos dias”, conta o endocrinologista Márcio Mancini, que coordernou a mesa da qual Astrup participou. Em bom português, parou, por exemplo, de beliscar entre as refeições. Por que será que o chocolate promoveu saciedade? A reportagem da SAÚDE! procurou Astrup, mas ele não esclareceu o mistério: “Sinto muito. Ainda não posso liberar os resultados, pois eles ainda não foram publicados”.

Aqui no Brasil, a nutricionista Vanderlí Marchiori já receita o chocolate amargo para quem precisa controlar o apetite.
“Recomendo de 30 a 40 gramas para o lanche do meio da manhã”, revela. “Dar chocolate para esses indivíduos é algo transgressor.” Explica-se: é como se eles estivessem incorrendo num comportamento socialmente incorreto. Mas, no final das contas, essa gente dá um basta nas guloseimas e passa a comer menos. O porquê desse efeito ainda é incompreendido. Existe a suspeita de que ele ocorra graças a substâncias do alimento que agem como as anfetaminas, suprimindo a vontade de comer. Vamos aguardar, então, mais notícias da Dinamarca.

Os três tipos

Diferenças e semelhanças de um doce trio

AMARGO

Entram na sua composição as sementes de cacau, um mínimo de manteiga de cacau, pouco açúcar e nada de leite. Seu sabor peculiar se deve à maior quantidade de massa do fruto do cacaueiro. Uma barra de 30 gramas fornece 150 calorias.

AO LEITE

Licor e manteiga de cacau, açúcar, leite, leite em pó ou leite condensado. Esses são alguns dos ingredientes que podem ser incluídos na receita desse chocolate, que é, aliás, creditada ao farmacêutico alemão Henri Nestlé (1814 – 1890). Calorias em 30 gramas: 159.

BRANCO

Muita gente não o considera digno de ser classificado como chocolate. Isso porque as sementes de cacau não fazem parte da fórmula desse alimento. Para obter o tipo branco, a indústria se vale de uma mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina. São 164 calorias em 30 gramas.

Em outras línguas ninguém se refere ao sabor para falar dele, como nós, que dizemos chocolate amargo. O espanhol e o francês, por exemplo, o chamam de negro — negro e noir, respectivamente. Em inglês o alimento é denominado dark chocolate, ou chocolate escuro.

Fique por dentro de outros benefícios do chocolate amargo

PAPO CABEÇA

Um estudo britânico mostrou que uma bebida à base de um tipo de cacau lotado de flavonóides foi capaz de aumentar o fluxo sangüíneo na massa cinzenta. Em outras palavras, esses compostos do cacau e do chocolate poderão ser usados no futuro no tratamento de problemas nos vasos cerebrais.

DOCES LEMBRANÇAS

A epicatequina, uma substância encontrada no cacau e, por extensão, no chocolate amargo, pode, juntamente com exercícios físicos, estimular a memória, revela um estudo que saiu há pouco no periódico científico americano The Journal of Neuroscience.

MENTE LONGA-VIDA

Cientistas franceses acompanharam 1 640 pessoas com média de idade de 77 anos durante uma década. Quem seguia uma dieta com alimentos ricos em flavonóides, caso do chocolate amargo, teve menor declínio das funções cognitivas.

GÁS TOTAL

Pesquisadores da Escola Médica Hull York, no Reino Unido, descobriram que o consumo diário de 45 gramas desse chocolate reduz os sintomas da síndrome da fadiga crônica, que é caracterizada por um cansaço generalizado.

Amargo verde-e-amarelo

Por enquanto estes são chocolates nacionais com maior teor de cacau.

1. SUFLAIR DARK

A Nestlé lançou este ano uma versão do chocolate aerado com 70% de cacau na sua composição. A edição, no entanto, era limitada — e talvez você já encontre difi culdade para achá-la em supermercados.

2. HERSHEY’S SPECIAL DARK

Recém-chegada ao mercado, a linha, com 60% de cacau na receita, vem em quatro sabores: menta, cappuccino, laranja e tradicional.

3. CACAU 70%

Como o próprio nome entrega, esse chocolate da Kopenhagen apresenta mais de dois terços de cacau na sua fórmula. O produto pode se encontrado em dois sabores: tradicional e com leve toque de laranja.

Creme dental de chocolate?

É o que sugere uma pesquisa americana. Mas, se ouvir esta por aí, ainda não leve tão a sério. A notícia vem da Univer sidade Tulane, no estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Um de seus cientistas, Ar man Sadeghpour, chegou a um extrato do pó de cacau que ajudaria a fortalecer o esmalte dentário e dar um basta nas cáries. Nesse quesito, o composto seria mais efi ciente do que o flúor hoje utilizado nas pastas de dente. O odontólogo Jaime Cury, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, no interior paulista, mostra-se cético quanto a esse resultado. “Será muito difícil uma outra substância preencher os atributos do flúor para controlar o desenvolvimento da cárie”, afirma, categórico, o especialista.

Sua matéria-prima, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. No entanto, quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mundo, sobram evidências científicas de que o chocolate amargo, guloseima com um gosto peculiar justamente por ter maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de benefícios para a nossa saúde. Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse chocolate confirmam que ele protege o coração. Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial.

O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco. Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos — a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão — problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame — caiu de 86% para 68%. “A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração”, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.

O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. “Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural”, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão”, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.

Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. “Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes”, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. “Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura”, explica. “Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.”

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