14 de novembro de 2007

A Vida é Bela


A vida é bela Liguei a televisão. “A Vida é Bela” – esse era o nome do filme. É mesmo. Não só é mesmo o nome do filme como é mesmo bela, a vida. O filme é bom e meio piegas. Eu também.


Um bom sujeito e às vezes meio piegas.


O que importa é: a vida é bela. Dói. Às vezes dói.


Até saber que dura pouco, dói. Mas presta atenção, colega: tem quadros de Van Gogh, sorvete de flocos, papos de madrugada com amigos. E isso é inegável.


Ok, você se lembra do garoto com fome na rua, se lembra que ainda existe luta religiosa, se lembra que a amiga a quem você deu atenção confundiu as coisas e te chamou de “galinha”, se lembra que fazem fofoca sobre você, se lembra da distensão muscular no melhor momento da pelada. Mas é bela. A vida é bela.

Encontros de afeto real justificam esse planetinha bonito.


Ok, colega, dói porque a esquerda não nos salvou ao chegar ao poder(nem existe mais esquerda). Dói porque a psicanálise prometeu, mas não nos fez felizes para sempre. E os hippies viraram mendigos ou burocratas.


Mas a vida, colega, tem Domingos de Oliveira. E ele também acha a vida bela. E Domingos não mente. Imagine um cara que além de ser o maior pensador do Brasil, tem no primeiro nome um domingo no plural, numa espécie de multiplicação do feriado. Segundo ele, reclamar da vida é o oitavo pecado capital, portanto, não vamos ficar resmungando. A vida é bela.


O tempo passa, o tempo estraga, o tempo mata, a vida volta, a vida recompõe, a vida renasce.


Você não gosta do programa da tv. Aí está ao seu lado o controlo remoto, supremo representante da sua democracia. O verdadeiro poder do povo é o controle remoto.


Ok, os nazistas cristãos odeiam os judeus e Cristo era judeu e não odiava ninguém. Paradoxo dói.

A gente não confia no político que está aí para nos representar. E tem medo da polícia que está aí para nos proteger.

Mas tem o corpo da mulher amada, o bandolim de Hamilton de Hollanda e milk-shake de Ovomaltine.

E é interessante. O tal do ser humano é interessante. Sempre procurando o amor definitivo e a tal da segurança. Logo ele, capaz de morrer no próximo minuto, sujeito à primeira ventania, e sem a menor chance diante do menor maremoto.

A segurança, colega, não existe. A gente inventou. E isso dói.


E lá no meio da dor tem uma tal de esperança. E como a flor que nasceu no asfalto, do Drummond, ela vive ali, sobrevivendo a caminhões e atropelamentos.

Ok, colega, eu sei que dói.


Mas tem a hora em que teu filho dá uma gargalhada e é feliz. Aí a gente se lembra dele em cima do nosso ombro e olhando espantado para o mundo. Naquele dia a gente disse pra ele (e pra filho não se mente): a vida é bela.


Jerry


Fonte: Blog do Jerry

9 de novembro de 2007

Verdades e mentiras sobre a boneca Hello Kitty


Boatos na internet afirmam que a boneca não tem nada de inofensivo e é fruto de um pacto com o diabo

Ana Cleide Pacheco


Dezembro de junho de 1974. Nessa data nascia uma das mais carismáticas personagens do Japão (e do mundo!). A empresa japonesa Sanrio acabava de “criar” a Hello Kitty, uma gata branca com traços humanos e um laço na orelha esquerda. Hoje, com mais de 30 anos, o universo ficcional da gatinha inclui uma gama de amigos e familiares. Entre eles, seus pais George e Mary White, a irmã caçula Mimmy e os avós paternos Anthony e Margaret, além do namorado Dear Daniel. Desde 2004, ela possui também seus próprios animais de estimação: a felina Charmmy e um hamster chamado Sugar. Apesar de ser apenas um personagem, a boneca gera polêmicas.


Segundo um boato que circula na internet, Hello Kitty não tem nada de inofensivo; trata-se da concretização de um pacto feito com o diabo. Conta a história que havia uma menina de cerca de 14 anos em fase terminal de câncer de boca. Os médicos já haviam tirado todas as esperanças da família e sua mãe, desesperada, teria feito um pacto com o demônio: em troca da cura da filha, criaria uma marca que afetaria todo o mundo. A criança foi curada e a promessa cumprida. Assim teria nascido a boneca. O texto afirma ainda que Hello Kitty quer dizer “Olá, demônio”, já que a palavra hello, em inglês, quer dizer olá, e a palavra kitty, que seria de origem chinesa, quer dizer demônio.


Claudio Taguchi, diretor comercial da Sanrio do Brasil (empresa responsável pela Hello Kitty em toda a América Latina), acredita que o brinquedo é alvo de especulações por causa de sua grande popularidade entre crianças, jovens e adultos. “Nós, aqui na empresa, ficamos surpresos quando soubemos que uma personagem tão querida pudesse ser associada a um personagem maléfico. Hello Kitty é um nome, assim como Marcos ou Daniele, portanto não tem um significado subjetivo. O fato de a boneca não ter boca é porque ela fala com o coração, levando emoções e sentimentos como paz, felicidade e amizade”, informa.


De acordo com a Sanrio, a boneca recebeu um nome inglês porque a cultura britânica era popular entre as garotas japonesas na época da sua criação. O nome Kitty veio de um dos gatos de outro personagem infantil, a Alice, do conto Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. A palavra Kitty não significa demônio em nenhum idioma, e sim “gatinho” ou “gato pequeno” em inglês.


Para Márcia M. dHaese, que criou a formiga Smilingüido e os personagens da turminha Mig e Meg, acreditar ou não nessa história é uma questão de bom senso. “Lamento pelo povo cristão que se conforma com considerações rasas e sem fundamento, tão diferente dos bereanos, da Bíblia, que procuravam conferir as coisas antes de tomar decisões. Muitas pessoas se contentam com a ignorância, gostam de encontrar o mal em qualquer coisa e focalizar esse mal. Prefiro olhar para Cristo”, opina Márcia, ressaltando que a verdade liberta e não oprime. Para ela, a gatinha Kitty é uma forma simples e singela de expressão. “Em si mesmo, não tem poder nenhum, a menos que aceitemos que ela tenha algum. Meu testemunho é este: diante da escolha entre a vida e a morte, eu escolho a vida”, disse, afirmando que também já foi alvo de críticas relacionadas a seus desenhos.

Fonte: ELNET – A INTERNET DO POVO DE DEUS.

5 de novembro de 2007

Baseado numa história real


Certo dia minha mãe Lídia, minha irmã Renata, juntamente com seu esposo Valdeglam e filho de um ano, o Johnny, vieram me visitar. Para comemorar decidimos ir ao parque.
Andamos bastante, lanchamos, nos distraímos de verdade, mas como já estava ficando tarde e pra não sairmos de ‘mãos abanando’ comprei quatro ingressos para a barca maluca. Porém, nada convenceu minha mãe de entrar no brinquedo. Tentei de tudo, até a desafiei, dizendo que ela estava com medo, mas sem sucesso algum – olha a inteligência da menina.
Ela então finalizou a conversa dizendo:

- Podem ir, eu fico com o Johnny (meu sobrinho).

Tudo bem, pensei. Nós três nos divertiremos mesmo assim.
Na entrada, logo quando liberaram pra gente entrar no brinquedo, uma menina na correria, machucou o dedo e começou a chorar horrivelmente. Eu, pra variar, fui ajudá-la: soprei o dedinho dela, passei a mão e tudo mais; com isso ela quis ficar do meu lado na barca. Então tá, eu disse.
Entramos os quatro e ficamos na ponta da barca: Eu, a menina que devia ter uns dez anos, Valdeglam e minha irmã Renata.
Quando a barca pegou o impulso, que quase deu a volta, (coisa que na verdade não acontece) minha irmã fechou os olhos e abaixou a cabeça como se fosse vomitar. Meu cunhado desesperado perguntou a ela:
- Renata, o que foi?!! O que foi?!!
Nem sei se ela respondeu, só sei que o Valdeglam de repente apontou para o homem que estava no comando do brinquedo (ignorância minha não saber que nome se dá a essas pessoas) e gritou bem alto:

- Pare esse brinquedo!!! Pare esse brinquedo!!!

Seu tom de voz dava a impressão de que, ele só não pulava do brinquedo e o parava com as próprias mãos porque realmente não dava, pois se pudesse....
A menina, indignada com o pedido do meu cunhado, não querendo nem saber de nada, olhando para o homem na maquina começou a gritar o mais alto que pôde também:

- Não pára, não!!! Não pára, não!!!

Eu, não achando nem um pouco ruim a bagunça, e pra completar o drama, levantei as mãos e já fui gritando:

- Deixa ela vomitar!!! Deixa ela vomitar!!!

As pessoas a nossa frente a essa altura nem se divertiam mais... Enquanto nós, cada um com sua frase, não parávamos de repetir, sempre numa seqüência leal:

Valdeglam:
- Pare esse brinquedo!!! Pare esse brinquedo!!!

Menina:
- Não pára, não!!! Não pára, não!!!

Eu:
- Deixa ela vomitar!!! Deixa ela vomitar!!!

A barca não parou coisa nenhuma...
Eu olhava para o homem no comando do brinquedo e era como se nada de anormal estivesse acontecendo, e pra ele, nem devia ser mesmo.
Resultado: A barca não parou, e a gritaria ficou até o final.
Quando finalmente venceu nosso tempo ali, a barca foi parando aos poucos.
Quando descemos, meu cunhado, parecia o ‘diabo da tasmânia’ de tão nervoso que estava e minha irmã, parecia que um trator tinha passado em cima dela....
A menina?! Se mandou, toda feliz e satisfeita.
Eu? Não parava de rir.
Minha mãe que pôde contemplar todo o ‘espetáculo’ me disse com toda a convicção do mundo:

- Viu porque eu não quis ir nesse brinquedo de gente doida?!!

1 de novembro de 2007

Coma Chocolate!!!














Conheça os benefícios do chocolate amargo!!!
Brasília, terça-feira, 23 de outubro de 2007
De preferência o amargo. Delicie-se com as recentes descobertas científicas que revelam: o alimento protege, sim, o coração, ajuda a prevenir o diabete tipo 2, reforça as defesas do corpo e, incrível, ainda pode auxiliar no controle do apetite.

Sua matéria-prima, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. No entanto, quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mundo, sobram evidências científicas de que o chocolate amargo, guloseima com um gosto peculiar justamente por ter maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de benefícios para a nossa saúde. Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse chocolate confirmam que ele protege o coração. Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial.

O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco. Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos — a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão — problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame — caiu de 86% para 68%. “A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração”, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.

O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. “Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural”, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão”, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.
Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. “Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes”, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. “Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura” , explica. “Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.”
Uma pesquisa japonesa publicada no periódico americano Nutrition investigou o papel da procianidina, outro componente do chocolate amargo, no controle do diabete tipo 2. Roedores obesos e com o mal consumiram uma beberagem de cacau rica na substância. Passado um tempo, os níveis de açúcar no sangue dos bichos caíram. Segundo os pesquisadores, isso pode ter ocorrido porque as tais procianidinas melhorariam a eficiência da insulina, o hormônio que bota a glicose dentro das células. “Esse tipo de suplementação preveniu o diabete em camundongos obesos”, afirma à SAÚDE! Hirohisa Takano, um dos autores do trabalho. Pesquisas com o chocolate amargo cheio de flavonóides mostraram que a ingestão de 100 gramas diários poderia garantir o mesmo benefício aos humanos, algo que ainda requer mais evidências. Portanto, se você é diabético, é cedo para sair se empanturrando.

Na Espanha, uma pesquisa realizada na Universidade de Barcelona também focou sua mira nos flavonóides do cacau, mas dessa vez com o objetivo de avaliar sua ação no sistema imune de ratos jovens, principalmente em células do batalhão das defesas, como os linfócitos e os macrófagos. Os animais receberam uma dieta enriquecida com o alimento durante três semanas. Depois os especialistas chegaram à conclusão de que houve um aumento na atividade de certas áreas envolvidas com a imunidade. Isso se verificou com maior intensidade no timo, órgão situado no tórax e responsável pela maturação dos linfócitos T, nossos guardiões contra vírus e bactérias. “Descobrimos também que o cacau protege os neurônios dos efeitos dos radicais livres”, conta à SAÚDE! Emma Ramiro, líder do estudo. Mas e o chocolate com isso? “Ele é feito com massa de cacau, onde se encontram os flavonóides do fruto”, explica a pesquisadora. E repete o que todos os estudos já apontam:
“Dentre todos os tipos, o chocolate amargo é o que mais contém esse tipo de composto. Assim, ele é o único que pode ter um bom impacto na saúde.”

Além de não deixar o organismo fraco e vulnerável, o alimento mantém o humor da gente em alta. Ele possui duas substâncias cujos nomes são uns verdadeiros palavrões: N-oleoletanolamina e N-linoleoiletanolamina. A dupla estabiliza as anandamidas, uma espécie de maconha produzida pelo nosso próprio cérebro. “Isso faz com que a sensação de bem-estar proporcionada por elas dure mais tempo”, explica Vanderlí Marchiori. Sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos que são precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural. Quer motivo melhor para curtir esse sabor amargo? Bom apetite!

Países Chocólatras

Chocolate ajuda a emagrecer?

Pelo menos é o que se pode deduzir de um enigmático estudo escandinavo. Há algo de misterioso no reino da Dinamarca, mais especificamente no Departamento de Nutrição Humana da Universidade Real de Copenhague. Seu chefe, o médico Arne Vernon Astrup, conduziu um estudo em que avaliou uma propriedade pouco conhecida do chocolate amargo, a de promover a saciedade. Ou seja, aplacar a fome. Astrup participou do XII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, realizado em agosto na capital paulista. Em sua exposição o especialista em obesidade deixou escapar alguns dados sobre sua pesquisa — e SAÚDE! estava lá, de ouvidos bem atentos. O dinamarquês dividiu voluntários em dois grupos. Um deles ingeria logo pela manhã uma pequena barra de chocolate amargo e o outro, a versão ao leite. “Quem comeu o tipo amargo consumiu menos calorias ao longo dos dias”, conta o endocrinologista Márcio Mancini, que coordernou a mesa da qual Astrup participou. Em bom português, parou, por exemplo, de beliscar entre as refeições. Por que será que o chocolate promoveu saciedade? A reportagem da SAÚDE! procurou Astrup, mas ele não esclareceu o mistério: “Sinto muito. Ainda não posso liberar os resultados, pois eles ainda não foram publicados”.

Aqui no Brasil, a nutricionista Vanderlí Marchiori já receita o chocolate amargo para quem precisa controlar o apetite.
“Recomendo de 30 a 40 gramas para o lanche do meio da manhã”, revela. “Dar chocolate para esses indivíduos é algo transgressor.” Explica-se: é como se eles estivessem incorrendo num comportamento socialmente incorreto. Mas, no final das contas, essa gente dá um basta nas guloseimas e passa a comer menos. O porquê desse efeito ainda é incompreendido. Existe a suspeita de que ele ocorra graças a substâncias do alimento que agem como as anfetaminas, suprimindo a vontade de comer. Vamos aguardar, então, mais notícias da Dinamarca.

Os três tipos

Diferenças e semelhanças de um doce trio

AMARGO

Entram na sua composição as sementes de cacau, um mínimo de manteiga de cacau, pouco açúcar e nada de leite. Seu sabor peculiar se deve à maior quantidade de massa do fruto do cacaueiro. Uma barra de 30 gramas fornece 150 calorias.

AO LEITE

Licor e manteiga de cacau, açúcar, leite, leite em pó ou leite condensado. Esses são alguns dos ingredientes que podem ser incluídos na receita desse chocolate, que é, aliás, creditada ao farmacêutico alemão Henri Nestlé (1814 – 1890). Calorias em 30 gramas: 159.

BRANCO

Muita gente não o considera digno de ser classificado como chocolate. Isso porque as sementes de cacau não fazem parte da fórmula desse alimento. Para obter o tipo branco, a indústria se vale de uma mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina. São 164 calorias em 30 gramas.

Em outras línguas ninguém se refere ao sabor para falar dele, como nós, que dizemos chocolate amargo. O espanhol e o francês, por exemplo, o chamam de negro — negro e noir, respectivamente. Em inglês o alimento é denominado dark chocolate, ou chocolate escuro.

Fique por dentro de outros benefícios do chocolate amargo

PAPO CABEÇA

Um estudo britânico mostrou que uma bebida à base de um tipo de cacau lotado de flavonóides foi capaz de aumentar o fluxo sangüíneo na massa cinzenta. Em outras palavras, esses compostos do cacau e do chocolate poderão ser usados no futuro no tratamento de problemas nos vasos cerebrais.

DOCES LEMBRANÇAS

A epicatequina, uma substância encontrada no cacau e, por extensão, no chocolate amargo, pode, juntamente com exercícios físicos, estimular a memória, revela um estudo que saiu há pouco no periódico científico americano The Journal of Neuroscience.

MENTE LONGA-VIDA

Cientistas franceses acompanharam 1 640 pessoas com média de idade de 77 anos durante uma década. Quem seguia uma dieta com alimentos ricos em flavonóides, caso do chocolate amargo, teve menor declínio das funções cognitivas.

GÁS TOTAL

Pesquisadores da Escola Médica Hull York, no Reino Unido, descobriram que o consumo diário de 45 gramas desse chocolate reduz os sintomas da síndrome da fadiga crônica, que é caracterizada por um cansaço generalizado.

Amargo verde-e-amarelo

Por enquanto estes são chocolates nacionais com maior teor de cacau.

1. SUFLAIR DARK

A Nestlé lançou este ano uma versão do chocolate aerado com 70% de cacau na sua composição. A edição, no entanto, era limitada — e talvez você já encontre difi culdade para achá-la em supermercados.

2. HERSHEY’S SPECIAL DARK

Recém-chegada ao mercado, a linha, com 60% de cacau na receita, vem em quatro sabores: menta, cappuccino, laranja e tradicional.

3. CACAU 70%

Como o próprio nome entrega, esse chocolate da Kopenhagen apresenta mais de dois terços de cacau na sua fórmula. O produto pode se encontrado em dois sabores: tradicional e com leve toque de laranja.

Creme dental de chocolate?

É o que sugere uma pesquisa americana. Mas, se ouvir esta por aí, ainda não leve tão a sério. A notícia vem da Univer sidade Tulane, no estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Um de seus cientistas, Ar man Sadeghpour, chegou a um extrato do pó de cacau que ajudaria a fortalecer o esmalte dentário e dar um basta nas cáries. Nesse quesito, o composto seria mais efi ciente do que o flúor hoje utilizado nas pastas de dente. O odontólogo Jaime Cury, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, no interior paulista, mostra-se cético quanto a esse resultado. “Será muito difícil uma outra substância preencher os atributos do flúor para controlar o desenvolvimento da cárie”, afirma, categórico, o especialista.

Sua matéria-prima, o cacau, era considerada por maias e astecas o alimento dos deuses. Tamanha veneração talvez tenha se originado da dedução de que as sementes do fruto do cacaueiro escondiam diversas propriedades. Se eram realmente divinas, isso ainda carece de comprovação. No entanto, quase cinco séculos depois de os espanhóis enriquecerem o paladar europeu com um dos sabores do Novo Mundo, sobram evidências científicas de que o chocolate amargo, guloseima com um gosto peculiar justamente por ter maior teor de cacau na sua composição, promove uma série de benefícios para a nossa saúde. Os resultados de uma das pesquisas mais recentes sobre esse chocolate confirmam que ele protege o coração. Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial.

O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco. Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos — a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão — problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame — caiu de 86% para 68%. “A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração”, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.

O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. “Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural”, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão”, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.

Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. “Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes”, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. “Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura”, explica. “Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.”